segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

TRAÍDO PELA INSEGURANÇA


        Certo dia eu estava em casa sentado em minha poltrona acolchoada e macia em frente à lareira. No clima quente e aconchegante da minha sala pensei: "onde anda minha esposa a essa hora que não está aqui comigo?!" Foi ai que percebi o quanto estávamos distantes.
       
         Cansado de tanta ausência, resolvi no impulso de minhas ideias criar coragem e contratar um detetive, já que minha mulher aos seus 38 anos continua sendo provocante e despertando a atenção dos que estão a sua volta. Só assim tiraria aquela angustia que me perturbava.
        
       No dia seguinte, a caminho do trabalho, o primeiro numero de detetive que vi em uma placa liguei e já marquei com ele na empresa pela manhã.
        
        Na hora marcada, o detetive chegou. Tive um susto ao vê-lo, pois era jovem assim como eu, moreno e  provavelmente tinha minha idade, será que me entenderia? Mesmo assim, relatei a ele que embora sendo eu, jovem e sedutor acabei me casando com uma mulher mais velha do que eu, e por ela ser tão provocante e bonita fiquei enciumado por sua grande ausência em nossa casa.
        
        Mostrei a foto dela, ele disse que realmente eu era um homem de muita sorte, disse também que não estava acostumado com esse tipo de trabalho, que ficou até surpreso, pois geralmente quem contrata esses serviços são mulheres, mas que aceitaria o trabalho e me manteria informado todos os dias. 
       
        Passou-se cerca de uma semana. Como havia me prometido, todos os dias ele mandava fotos e videos, além de ligar sempre na mesma hora, fazendo muitos elogios e dizendo que não tinha motivos pra que desconfiasse dela, pois não passava de um encontro com as amigas para fazer compras e jogar conversa fora. Eu Tinha imaginado, já que era tão consumista.
      
          Como fui bobo de pensar que ela pudesse me trair, eu dava tudo que ela queria, não faltava dinheiro, roupas e carros importados, sim estávamos distantes, mas tinha certeza que era apenas uma fase do nosso relacionamento, assim como todo casal, todavia passaria logo, logo.
        
        Como havia combinado com o detetive para que ele a seguisse por duas semanas, pedi que ele continuasse, mesmo já estando satisfeito com seu trabalho, ele concordou e no próximo fim de semana passaria para acertarmos seu pagamento.
        
        No meio da semana estranhei em ver que o detetive não ligou e nem deu noticias, fiquei preocupado, mas esperei que ligasse no outro dia, imaginei que tivesse sido por ter dito que já estava satisfeito com o serviço. No outro dia, nada de ligações, estava quase no fim da semana e teria que pagá-lo, decidi ligar pra ele. Esquisito, o telefone não atendia, fiquei me perguntando:  - "será que aconteceu algo com ele?"
       
       No dia seguinte cansado de tanto discar o mesmo número, resolvi procurá-lo no endereço que ele tinha me fornecido no primeiro dia que nos encontramos. Dispensei o motorista e sai da empresa mais cedo.
        
       Morava em um prédio sem porteiro e ainda por cima o interfone estava quebrado, que precariedade! Subi as escadas, seu apartamento era um dos últimos, ao chegar no corredor e olhar para a porta do 502 - numero do apartamento do detetive - fiquei estagnado, não conseguia acreditar em que os meus olhos viam, só podia ser coisa da minha cabeça. O safado do detetive aos beijos se despedindo da minha mulher, não sabia se matava ele ou ela.
        
        Escutei a famosa frase: - "Eu posso explicar tudo!"
        
        Pensei que eu ia explodir, não sei como consegui me controlar, disse que nunca mais veria o meu rosto e meu dinheiro. Talvez fosse seu pior castigo, ficar sem toda a mordomia que tinha ao meu lado. Nem vi como desci as escadas, quando dei por mim estava em meu carro a 140 km/h de volta pra casa. Foi o pior dia da minha vida! 

Por Vanessa Morais
(história fictícia)

                                                                                                                               

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