Quando a arte nos toca, quando a terapia nos salva...
Nesse Natal eu recebi um presente, fui agraciada ao assistir
“Gênio Indomável”.
É, o filme é antigo, de 1997. Ai você pode perguntar... Como
ela não tinha visto esse filme antes? Acreditem eu me fiz a mesma pergunta. Ainda
preciso reassisti-lo algumas vezes para sanar o tempo que perdi em não parar
pra ver essa obra prima e certamente a cada vez que der play, aprenderei algo
novo com o filme... Assistam!!!
Na descrição do Netflix tem: “Um brilhante matemático é
consumido por seus próprios demônios, e só o amor e um terapeuta incansável
podem salvá-lo”.
Fui totalmente tocada pelo filme e ele me trouxe vários sentidos
e significados.
É uma história de superação, de aceitação, de enfrentamento
dos medos, de buscar o que faz sentido para a vida...
O que nos move? O que a gente quer de verdade?
Há um tempo embarquei numa “viagem” chamada psicoterapia – cheguei ao porto consumida pelos meus demônios – um caminho espinhoso, difícil, mas de grandes
descobertas e necessário. Uma estrada com várias bifurcações, mas que não a
trilhei sozinha, assim como na descrição do Netflix, eu tenho uma terapeuta
incansável, que tem percorrido comigo um trecho longo do autoconhecimento, que
não desistiu de mim, mesmo quando isso me pareceu uma saída, mesmo quando eu
não acreditei... Ela sempre me fala de uma tal de “Força” que enxerga em mim, mesmo
nos momentos bem dolorosos do percurso ela sempre diz que esta força está lá...
Eu confio nela! (rsrs) Aprendi com ela e com tantos outros bons encontros que a
força sempre está lá, intacta, que o desejo de mudança existe, que a
transformação acontece a cada amanhecer...
Assim como "Sean" (Robin Williams) diz para "Will" (Matt Damon) em uma das
cenas do filme: “Não é sua culpa” e repete veementemente, sem se cansar “não é
sua culpa”, “não é sua culpa” [...] A dor de “Will” é acolhida num
abraço acolhedor do terapeuta[...]. Por muitas vezes ela me fez lembrar isso,
que eu não precisava sentir aquela culpa toda, porque ela não era minha, fui
gentilmente acolhida. Ahh... "Sean" e suas intervenções
peculiares, que salvaram o “Will”. Ela também tem as dela, tão singelas, daquelas
que nos colocam pra pensar a semana inteira, que nos move e nos faz refletir,
mergulhar internamente...
Como foi e é difícil tocar nas feridas, como é doloroso
deixar de ser casulo e virar borboleta...
Mas cá estou, contando minha experiência para vocês, queria que
soubessem que não é uma supervalorização da psicologia, mas sim um desejo de publicitar
que a transformação num processo como esse é possível, que a metamorfose é
real. Queria que vocês pudessem me ver internamente, meu antes e o depois. É
surpreendente!
Hoje foi a última sessão de 2016, um ano bem difícil, amargo, todavia de
aprendizado, de grandes afetações. Saí de lá na certeza que mudei, que
continuarei em mudança, que tomei pequenas porções de serenidade, que
encontrei-me comigo e agora sigo, me permitindo abraçar quem eu sou
aqui-e-agora.
Maria Vanessa Morais