quarta-feira, 1 de julho de 2015





QUERIA O QUERER DELA







Um poeta desconhecido me falou:

Vivo querendo dizer o que sinto, mas as palavras estão imaturas ainda...
Queria que ela soubesse como olho para o interior dela.
Queria dizer como um simples abraço e um olhar despretensioso já me traz paz,
Mas ela me parece tão impossível...

Queria ao abraçá-la poder dizer como seria bom desfrutar do seu amor e de seu carinho.
Queria tirá-la daquela torre gelada, que é morada do seu coração.
Queria mostra-lhe o que sinto em versos concretos e gestos firmes,
Mas ela me parece tão intocável...

Queria que ela pudesse ler meus pensamentos e enxergasse os planos que fiz com ela.
Queria que ela visse meus sonhos e sonhasse comigo uma vida ao meu lado...
Queria apenas ter a chance de habitar seus momentos ociosos e sorrir sem culpa,
Mas ela nem sabe o que sinto...

Queria que ela mensurasse o quanto é bom existir sabendo que ela existe.
Queria que ela visualizasse minhas articulações mentais para está ao lado dela...
Queria que ela quisesse todo esse meu querer,
Mas ela não sabe...

... Nem saberia imaginar a felicidade que sinto quando ela percorre meus pensamentos.

Por Vanessa Morais

domingo, 12 de abril de 2015



Identidade (des)conhecida.




Caminho pelo terreno pedregoso do meu coração.
Nada de fértil tem se mostrado.
As lágrimas que caem não encontram o que regar.
Será possível nascer uma flor entre tantas pedras?

O lugar que antes amanhecia sorrindo não se tem mais risos.
Piso com cuidado em cada rocha.
Com as mãos tento removê-las, tentando formar um caminho.
Onde sem medo seguiria nesse espaço meu.

Sou assim?
Ou me tornei essa planície controversa?
O que reconheço agora é um agregado sólido plutônico,
Formado por cada olhar, por cada intenção consciente.

É difícil explicar onde estou.
Perdi-me em busca de um grande talvez.
E nessa unidade de contrários que há aqui dentro,
Corro o risco de não saber quem sou...

Sinto-me desagregando valores, tenho maus pressentimentos...
Será que vou enlouquecer?
Sinto horror de ser “outro”.
Talvez seja o “curado” do meu “louco”.

Por Vanessa Morais


sábado, 6 de dezembro de 2014

Sim ou não?




Sabe aquela briga mental com você mesmo no momento de uma escolha?


Nossa!! É massacrante e cruel.
O pensamento sente a dor do sim ou não.
Você pode dizer um não, querendo dizer um sim.
Talvez por respeito aos que o amam.
E saberá suportar se isso não te sufocar.
Mas quando precisamos dizer um sim para não morrer de falta de ar,
É a vez daquele que te ama dizer um não ao egoísmo projetado.
Ser feliz é o objetivo primordial da vida.
Ahh... A vida!
Esse mistério que nos cerca desde nossa existência e que sempre será uma caixinha de surpresas.
Suas perguntas nem sempre serão respondidas.
O tempo é controverso, pode ser angustiante e curador.
Suas escolhas nem sempre serão entendidas.
E no meio dessa batalha interna, não desista de lutar com sua verdade.
Não tenha medo de escolher você!


Por Vanessa Morais

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A liberdade dos pássaros!


Se pudesse colocar no papel o que sinto agora, vocês leriam uma enorme falta de ar, uma tremenda dor no peito e uma sensação horrível de morte.
Dias angustiantes e nebulosos me cercam... Minha alma aflita grita em silêncio...
Tenho medo da queda final, de não conseguir me reerguer novamente.
Sinto-me presa às expectativas dos outros e desde muito tempo descobri que nunca fui livre.
Se eu pudesse experimentar como seria ter asas, me jogaria de um penhasco.
Admiro a liberdade dos pássaros. Eles podem voar, eles são livres!
Você pode até me perguntar o que falta. Sabe o que diria?
“FALTA SER EU!”
Tenho uma ligeira impressão que tudo é uma mentira.
E por mais que dê passos em busca de mim, sempre serei retalhada e cortarão minha própria essência.
Sabe o que quero jogar fora? Livrar-me de vez?
O “EU” que sou agora, esculpida pelos outros, os moldes que fizeram pra mim e acabar de uma vez por todas com esse fracasso ambulante que me denominam...

Por Vanessa Morais

sábado, 11 de outubro de 2014


Quiçá para sempre!


Conversando com uma amiga e refletindo sobre a vida foi que percebi que fazia algum tempo que não escrevia nada.
Falávamos sobre relacionamentos, casamento, família, vida...
Disse a ela o quê pretendia fazer: (...) - nem que fosse só por uma noite!
Em meio a tantas lembranças vi como o tempo é precioso e que as oportunidades podem não voltar, e geralmente não voltam.
Não há tempo perdido no que se vive. As experiências sempre são válidas e nos trazem grandes aprendizados.
Algumas coisas são tão claras e outras, definitivamente, não me pertencem.
Grito por dentro uma vontade de ser feliz.
Trago uma saudade enorme do que me permiti anular.
Sinto uma dor que corrói por tudo que não verbalizei.
É... Drasticamente, não me encontro em meio a certas escolhas que fiz...
Desejei tanta coisa... E quantas eu tive... E outras, simplesmente apaguei da minha vida por medo.
Mas,
Estranhamente, senti vontade de fazer tudo que sempre quis...
Estranhamente, senti vontade de me arriscar...
Estranhamente, senti vontade de sentir o sabor da vida...
E como disse minha amiga:
“Não só por uma noite, quiçá para sempre!”

Por Vanessa Morais


quarta-feira, 30 de abril de 2014

As palavras acalmam a alma.



Eu quero falar, mas prefiro escrever.
Sou melhor escutando, não gosto de expor meus sentimentos.
Ensaio tanto, mas as palavras teimam em se esconder.
Meus rabiscos, meus escritos e minha terapia são salvadores.
É mesmo difícil falar...
E se eu tentar?
Tenha paciência, pode demorar.
Sei que posso exercitar o meu falar e assim me perceber, me reconfigurar.
Eu quero viver o meu eu...
Assim, do jeitinho que sou.
Eu quero poder me reconhecer, sem estranheza.
Sem precisar me rotular.
Quero dizer que amo, sem medo.
Quero não me preocupar de viver.
Quero não me assustar com o que descubro sobre mim.
Quero não criar imagens distorcidas do meu ser.
Que eu não seja uma aberração pra mim.
Que eu faça um passeio ainda mais leve na minha alma.
Que eu não espante os sentimentos sinceros.
Que eu me permita ser exatamente quem eu sou...


Por Vanessa Morais

sábado, 15 de março de 2014

Se o silêncio falasse.



Sabe quando o coração sangra?
Sabe quando você está quase morto por dentro?
Sabe quando sua mente não quer parar?
A boca quase não segura mais...
Os lábios ensaiam para as paredes...
O silêncio prevalece...
Quando estou comigo mesma parece tão fácil.
Sinto que posso transbordar em palavras.
Quando me deparo com um olhar, desvaneço.
Explodir! Gritar! Calar!
Ahh! Os meus porquês... Tão desafiadores...
Confesso internamente meus medos.
Ouço julgamentos em minha mente.
Tento fugir e me percebo inerte.
Verbalizar não é tão fácil...
É preciso desatar os nós na garganta.
Sinto-me presa aos meus sentimentos.
Minha alma doente chora em desespero.
Ainda bem que tenho a companhia das palavras.
E o papel amigo, recolhe minhas lágrimas.

Por Vanessa Morais