quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Quando a arte nos toca, quando a terapia nos salva...


Nesse Natal eu recebi um presente, fui agraciada ao assistir “Gênio Indomável”.

É, o filme é antigo, de 1997. Ai você pode perguntar... Como ela não tinha visto esse filme antes? Acreditem eu me fiz a mesma pergunta. Ainda preciso reassisti-lo algumas vezes para sanar o tempo que perdi em não parar pra ver essa obra prima e certamente a cada vez que der play, aprenderei algo novo com o filme... Assistam!!!

Na descrição do Netflix tem: “Um brilhante matemático é consumido por seus próprios demônios, e só o amor e um terapeuta incansável podem salvá-lo”.
Fui totalmente tocada pelo filme e ele me trouxe vários sentidos e significados.
É uma história de superação, de aceitação, de enfrentamento dos medos, de buscar o que faz sentido para a vida...

O que nos move? O que a gente quer de verdade?

Há um tempo embarquei numa “viagem” chamada psicoterapia – cheguei ao porto consumida pelos meus demônios – um caminho espinhoso, difícil, mas de grandes descobertas e necessário. Uma estrada com várias bifurcações, mas que não a trilhei sozinha, assim como na descrição do Netflix, eu tenho uma terapeuta incansável, que tem percorrido comigo um trecho longo do autoconhecimento, que não desistiu de mim, mesmo quando isso me pareceu uma saída, mesmo quando eu não acreditei... Ela sempre me fala de uma tal de “Força” que enxerga em mim, mesmo nos momentos bem dolorosos do percurso ela sempre diz que esta força está lá... Eu confio nela! (rsrs) Aprendi com ela e com tantos outros bons encontros que a força sempre está lá, intacta, que o desejo de mudança existe, que a transformação acontece a cada amanhecer...

Assim como "Sean" (Robin Williams) diz para "Will" (Matt Damon) em uma das cenas do filme: “Não é sua culpa” e repete veementemente, sem se cansar “não é sua culpa”, “não é sua culpa” [...] A dor de “Will” é acolhida num abraço acolhedor do terapeuta[...]. Por muitas vezes ela me fez lembrar isso, que eu não precisava sentir aquela culpa toda, porque ela não era minha, fui gentilmente acolhida. Ahh... "Sean" e suas intervenções peculiares, que salvaram o “Will”. Ela também tem as dela, tão singelas, daquelas que nos colocam pra pensar a semana inteira, que nos move e nos faz refletir, mergulhar internamente...

Como foi e é difícil tocar nas feridas, como é doloroso deixar de ser casulo e virar borboleta...

Mas cá estou, contando minha experiência para vocês, queria que soubessem que não é uma supervalorização da psicologia, mas sim um desejo de publicitar que a transformação num processo como esse é possível, que a metamorfose é real. Queria que vocês pudessem me ver internamente, meu antes e o depois. É surpreendente!  

Hoje foi a última sessão de 2016, um ano bem difícil, amargo, todavia de aprendizado, de grandes afetações. Saí de lá na certeza que mudei, que continuarei em mudança, que tomei pequenas porções de serenidade, que encontrei-me comigo e agora sigo, me permitindo abraçar quem eu sou aqui-e-agora.


Maria Vanessa Morais

domingo, 8 de maio de 2016

LUZ AZUL


Luz, o teu olhar me traz luz...
Ilumina quem eu sou,
E o desejo de ser-comigo.
Transluze meu corpo e minha alma.

Teu abraço faz meu coração falar,
Guardando em mim esse silêncio.
Que o tempo insiste em relembrar,
Toda vez que eu te vejo.

O teu sorriso lembra a beleza
E a dor das minhas memórias.
E nos meus sonhos te tenho...
Lá, onde eu posso torná-los reais.

Queria saborear a tua existência.
Com a felicidade mais plena dos meus dias.
Queria te ter no pensamento.
Sem ter toda essa tristeza.

(Vanessa Morais)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015


TEXTO E IMAGEM EXPOSTOS NO SARAU DA SAÚDE - FACISA/UFRN DIA 09/12/2015


                                                         Imagem: Marcos Barbosa


VIRE-ME AO AVESSO


Olho no espelho e não me reconheço.
Parece que minha alma não se encaixa no meu corpo.
Meus olhos, fitando meus olhos claros e distantes.
Minha boca cheia de silêncios inquietantes.

Meu queixo pontiagudo traduz o meu perfil.
Minhas unhas curtas, roídas pela ansiedade.
Minha coluna expressando uma idade que não me pertence.
Meus cachos amarrados com medo da liberdade.

Em mim uma criança mutilada.
Marcada por sombras do passado.
Curvada em cada olhar alheio.

Meus poros exalam dor e beleza.
E se a ti o meu exterior não importa.
Experimente virar-me ao avesso.

Vanessa Morais

segunda-feira, 2 de novembro de 2015











AOS [PRESENTES] AMIGOS

Aos que me escutam.
Aos que me abraçam.
Aos que gargalham comigo.
Aos que enxugam minhas lagrimas.

Aos que os olhares falam.
Aos que não me permitem a solidão.
Aos que salvam meus dias.
Aos que aceitam minha loucura.

Aos que dividem o brigadeiro.
Aos que sonham juntos.
Aos que prezam pela confiança.
Aos que dividem a vida...

Todo o meu carinho e afeto a vossos corações...

Por Vanessa Morais

sábado, 3 de outubro de 2015

Sou dor e beleza.

 
Pelo menos por um instante eu sou dona.
Em algum momento eu domino.
Eu dito as regras.
Quando escolho.

Sou livre quando consigo dizer o que quero.
Em um lugar e um tempo, eu sou.
Sou a minha escolha.
Sou um processo.

Sou a angústia do caminho bifurcado.
Sou sempre inautenticidade.
Sou autor do destino.
Sou ser-no-mundo.

Sou o nada que dá sentido à minha existência.
Sou ser de possibilidades inacabadas.
Sou minha finitude.
Sou aqui, agora.


Por Vanessa Morais

terça-feira, 11 de agosto de 2015



Ela é toda minha    



É! Desisti! vou respeitar essa minha loucura.
Não vou usar de 'má fé' colocando a culpa no meu inconsciente.
Vou encarar minhas escolhas.
Vou assumir a culpa que eu tenho.
Porque essa é a verdade.
A culpa é minha.
A culpa é minha pela dor que vida trouxe.
A culpa é minha por optar por mim e não por você.
A culpa é minha por sentir tudo isso.
A culpa é minha de ir pro inferno, pois eu escolhi...
A culpa é minha de viver...
É minha a culpa de sentir vontade do prazer de cada dia.
É minha a culpa, por favor, não a tire de mim.
É minha a culpa! Sim!
Ela é toda minha.


Por Vanessa Morais





domingo, 2 de agosto de 2015




AS SOMBRAS VOLTARAM

Conversar com as letras e me perceber.
Colocar nas palavras minha afasia.
Para poder encarar cada anoitecer.
Livrando-me um pouco dessa agonia.

Estou presa e dói.
Sinto e minto.
Os sonhos viraram cenário.
De um trágico espetáculo.

Um mundo irreal me satisfaz.
Lá fora tudo me machuca.
Aqui dentro em mim.
Certamente é mais seguro.

O que há em deixar que me vejam?
Pergunto relutante a ele...
Ele me disse que não saberia conviver...
Com as sombras desse EU...


Por Vanessa Morais