quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

SOBRE O AMOR


Pouquíssimas vezes me permiti escrever sobre o amor.
Não que ele não habitasse em mim.
Mas por medo de lhe dar as mãos, olhei-o sempre distante.
E continuei escrevendo sobre os medos.

Essa semana tive a última sessão do ano com minha psicóloga.
Saí de lá com uma singela e poderosa reflexão:
“É preciso deixar de ser rocha firme e passar a ser rio...”
A fluidez da vida nos coloca em movimento e nos permite o sabor da experiência.
E ela gentilmente me disse: “Se permita viver e ser rio!”

O curioso e o fascinante da vida é que não dá pra fingir que os medos e as inseguranças não existem. Eles estão sempre aqui, aí.
E a beleza está em compreender que apesar deles permanecerem, a gente também pode falar sobre amor, sobre paixão, sobre encontros.

Hoje decidi falar sobre o Amor, que pode ser configurado e reconfigurado em cada encontro. Eu não tenho uma definição própria do amor, mas o vejo como abertura, como disposição...

É deixar se encantar por sorrisos e a brisa do mar,
Abraçar a saudade, andar de mãos dadas com a presença,
Tomar café quentinho com quem te faz sentir viva,
Beijar a alma com os lábios e o coração.

Ora, o amor também é se amar e deixar-se ser amada.
É continuar apostando no caminho, apesar das pedras.
É ver nos olhos de quem te olha o brilho da admiração.
E mesmo parecendo estranho, aceitá-lo!
Você pode ser amado(a)!

Agora vejo que é tudo um grande aprendizado.
Assim como Legião Urbana diz em sua música:
“Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu”
Então esse lugar inóspito ao seu Ser, passa a ter morada.
Passamos a enxergar os lampejos de sentido para uma existência,
Que ainda não tinha se permitido sentir e escutar o Amor.

Amar é sim, ser menos rocha e mais rio. Ser mais humano!
Amar é descobrir o que é estar viva e se permitir viver.

Agora ando desconfiada...
Acho que essa semana eu cruzei com o amor.

[Maria Vanessa Morais]

sábado, 16 de dezembro de 2017

Dizer (A) deus


O que tem aí?
Queria dar uma volta...
Conhecer lugares novos.
Me disseram que daí não tem volta,
É verdade?

Aqui em baixo tá meio bagunçado,
Será que você poderia dá uma mãozinha?
Ou asas, quem sabe...
Sempre quis saber como é voar.

Me disseram que você tem barba branca.
E que castiga aqueles que ama
Me disseram também que você é
Amor (incondicional)

Eu não estava aqui quando você esteve,
Mas já faz tempo que escuto que você vai voltar
E aqui em baixo tem gente que adoraria te conhecer...

Tem gente de pele escura precisando do seu olhar,
Tem gente pesada precisando da tua leveza,
Tem criança sozinha precisando do teu aconchego,
Tem ditadores religiosos precisando dos teus preceitos,
Tem políticos precisando do teu jeito de governar,
Tem mulheres precisando que tu cesse as pedras,
Tem LGBT precisando do amor que você ensinou a dar...
... E ainda tem tantos outros...

Aí, eu estava pensando...
Se você desistiu de aparecer por aqui,
Tudo bem, eu te entendo.
Mas será que eu podia ir te visitar?

[Maria Vanessa Morais]